Como funciona o militarismo no Brasil

O regime militar brasileiro funciona a partir de dois pilares principais: o serviço militar obrigatório e a carreira militar. O serviço militar obrigatório é previsto em lei e exige que todo brasileiro do sexo masculino se apresente às Forças Armadas ao completar 18 anos. A partir desse processo, alguns jovens são incorporados e servem por um período inicial de 12 meses, podendo haver prorrogações em casos específicos. Esses militares são considerados temporários, pois não têm carreira estável e, em regra, permanecem apenas alguns anos na instituição antes de retornarem à vida civil.

Paralelamente, existem os militares de carreira, que ingressam por meio de concursos específicos para cada força. Dentro dessa categoria, há dois grandes grupos. O primeiro é o das praças, também chamadas de graduados, que abrangem soldados, cabos, sargentos e suboficiais ou subtenentes. Esses militares geralmente entram por escolas de formação profissional, como a Escola de Sargentos das Armas (Exército), a Escola de Especialistas da Aeronáutica ou as Escolas de Aprendizes-Marinheiros, entre outras. O segundo grupo é o dos Oficiais, que ocupam postos de comando e direção, com postos que vão de Tenente até General (ou equivalentes nas demais forças). O ingresso nessa carreira ocorre por academias militares de formação superior, como a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), a Academia da Força Aérea (AFA) e a Escola Naval (EN).

A diferença central entre militares temporários e de carreira está na estabilidade. Os temporários não possuem vínculo permanente e cumprem apenas o tempo determinado de serviço, enquanto os de carreira podem permanecer até a passagem para a reserva remunerada, que equivale à aposentadoria. Em ambos os casos, o funcionamento das Forças Armadas se sustenta na hierarquia e na disciplina, que garantem a cadeia de comando e a eficiência das atividades.

Por fim, o regime militar brasileiro está organizado em três forças: o Exército, responsável pela defesa terrestre; a Marinha, que atua no poder naval e com os fuzileiros navais; e a Aeronáutica, que cuida da defesa aérea e espacial. Todas seguem os mesmos princípios estruturais, ainda que possuam peculiaridades próprias de acordo com sua área de atuação.